25 de setembro de 2011

Pensionatos

Para finalizar a trilogia do JO (Jornal do Ônibus) do primeiro semestre de 2011, eu escolhi uma matéria para a editoria SERVIÇO.

Moradora de pensionato desde fevereiro de 2009, – ou seja, quando comecei a faculdade – eu resolvi explicar como funciona um pensionato estudantil e desmistificar aquele conceito de lugar rígido e cheio de regras.

No primeiro ano de faculdade, minha amiga Larissa Costa, perguntou – um pouco espantada: “Você mora num pensionato? Mas como é lá?”. Muitas pessoas imaginam que um pensionato estudantil é um local severo, com hora de sair e hora para chegar, como se fosse uma espécie de internato.

Mas, os pensionatos estudantis atuais eles funcionam como um hotel, você tem algumas refeições diárias, roupas lavadas e passadas, internet e quarto limpo, mas com uma diferença: o preço é mais acessível.

Esses estabelecimentos são muito interessantes para pessoas como eu, que chega a uma cidade sem conhecer nada, sem tempo para se dedicar às tarefas domésticas – pois passa o dia todo fora, estudando e trabalhando – e por se encaixar no orçamento dos estudantes, que, aliás, foi definido muito bem em um comercial de um banco: “estudante é tudo duro, rapaz!”.

Já deu para notar que não foi difícil conseguir fontes – entrevistados – para essa reportagem. Mas, essa matéria me deu certo trabalho: contar a história como uma repórter e não como uma moradora de pensionato. Acredito que consegui ser imparcial, mesmo estando tão envolvida com o assunto. Mas quero saber de você: Eu consegui ser objetiva, sem deixar-me envolver com a reportagem? Confira a matéria logo abaixo e deixe o seu comentário.


Página 4 do Jornal do Ônibus - Texto e foto: Bruna Zanuto - Diagramação: Bruna Zanuto e Larissa Costa
Caso a imagem não dê boa leitura, segue abaixo a reportagem na íntegra.

PENSIONATOS SÃO OPÇÕES DE MORADIA EM RP
Início da faculdade, procura de emprego, cursos de curta duração são alguns dos motivos que levam pessoas a procurar os pensionatos de Ribeirão Preto

Pensionatos ou pensões estudantis são uma das opções de moradia que Ri­beirão Preto-SP oferece para os es­tudantes ou trabalhadores que vêm de cidades distan­tes e não têm tempo de re­alizar tarefas domésticas. Alimentação, roupa lava­da, quartos mobiliados e limpos e internet wifi são alguns dos serviços ofere­cidos por esses estabeleci­mentos. De acordo com a necessidade do pensionis­ta, os valores também va­riam - quartos individu­ais são mais caros do que os quartos divididos entre dois pensionistas.

Muitas pessoas con­fundem os pensionatos es­tudantis com os pensiona­tos de freiras ou seminaris­tas. Cada pessoa que pro­cura um pensionato estu­dantil tem um objetivo de vida, portanto os horários dessas pessoas são flexí­veis e diferentes dos pensio­natos de freiras em que to­dos estão ali com um ob­jetivo único, horários con­trolados e regras mais rígi­das. As pensões estudantis também possuem suas re­gras, mas estas são rela­cionadas à organização e à boa convivência.

Os valores pagos pelos pensionistas variam, pois em um quarto dividido en­tre duas pessoas o aluguel mensal é de R$ 600, em média. Já o preço pago pelos quartos individuais gira em tor­no de R$ 850. A dona de um pensionato feminino localizado no bairro Nova Ribeirânia, Angela Apa­recida Viera, 48 anos, tra­balha nesse ramo há 12, explica que anualmen­te passam pelo estabele­cimento, entre diaristas e mensalistas, de 10 a 12 meninas. Ela conta que já recebeu pessoas de to­dos os estados brasilei­ros, inclusive do exterior. “Já recebi moças da Angola, Argentina, Fran­ça, Itália e EUA”. A es­tudante de Educação Fí­sica, Lisiane Destro, 18 anos, é original de Mo­coca-SP e explica por que optou por morar em pensionato há três meses. “Eu queria amizades no­vas, num ambiente des­conhecido, sem me preo­cupar com a alimentação e tarefas domésticas”.

A administradora, Maiara Aita, 22 anos, de Santo Augusto-RS veio para Ribeirão Preto em busca de emprego. Ela encon­trou o pensionato através de sites de busca na inter­net e ressalta o maior be­nefício na pensão onde mora. “Você nunca fica sozinho, tem sempre al­guém para conversar. Es­sas pessoas acabam sendo sua segunda família”. Já a estudante de Engenha­ria de Computação, Le­tícia Sufredini, 17 anos, veio de Tabatinga-SP e aponta qual a maior di­ficuldade de morar em pensionato: “adaptação e convivência com pessoas que você não conhecia”. A mãe de Letícia, Maria Solange Sufredini, apo­sentada, resume em uma palavra os benefícios que sua filha tem no pensio­nato onde mora: “como­didade”.

Morar em pensiona­to tem muitas vantagens, mas há algumas dificul­dades como explica a enfermeira Janaina Car­valho, 27 anos, de Mor­tugaba-BA. “Morar em pensionato é legal, mas você não se sente em sua casa, além das diferenças existentes entre as pesso­as que ali moram”. Janai­na morou em uma pensão em setembro do ano pas­sado para fazer um curso de inglês intensivo. Ela saiu da pensão onde mo­rava, para ficar mais pró­xima da universidade em que conseguiu uma bolsa de mestrado.

A estudante de Pu­blicidade e Propaganda, Elis Rother, 20 anos, é de Monte Alto-SP e acredi­ta que é viável economica­mente morar em pensiona­to, mas aponta a diferença de hábito entre as hóspe­des. “Algumas coisas são novas e nos causam espan­to, enquanto outras podem nos ensinar algo novo”.

Existem vários pensio­natos femininos, mascu­linos e mistos em Ribei­rão Preto, localizados per­to das universidades. Há muita concorrência entre eles, principalmente nas altas temporadas - início e meio de ano – período em que começam as aulas. Para mais informações, basta acessar as ferramen­tas de busca da internet e procurar por ‘Pensionatos Ribeirão Preto’.

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