A uma semana do aniversário de 70
anos da primeira transmissão do Repórter Esso, programa que usava os slogans “o primeiro a dar as últimas” e também o
famoso “testemunha ocular da história”,
eu não poderia deixar de homenagear esse importante radiojornal da década de 1940,
que é o tema da minha monografia.
No final do ano passado, os
alunos do curso de Jornalismo da Unaerp tiveram que formar grupos de até quatro
integrantes para a produção da monografia. Para “variar um pouquinho”, eu,
Leandro Martins e Célia Natalina de imediato nos unimos e formamos nosso grupo.
Mas houve uma surpresa, nossa companheira de turma Larissa Costa também estava
disposta a se juntar a nós.
Depois do grupo formado, veio a
parte mais difícil: qual o tema que vamos escolher para pesquisar e escrever durante
um ano? Algum tempo depois, a resposta veio da Larissa Costa: Repórter Esso.
Todos aceitaram de imediato e é claro que só havia uma pessoa que tinha de ser
o nosso orientador: Gil Santiago, professor de radiojornalismo, que nos
apresentou a famosa síntese radiofônica.
O Repórter Esso foi criado nos
Estados Unidos em 1935, mas foi ao ar pela primeira vez no Brasil no dia 28 de
agosto de 1941, às 12h55, na Rádio Nacional do Rio de Janeiro. A partir daí se
espalhou para outros quatro estados do país, na seguinte ordem:
-São Paulo, na Rádio Record
-Minas Gerais, na Rádio Inconfidência
-Pernambuco, na Rádio Clube
-Rio Grande do Sul, na Rádio
Farroupilha
O programa foi trazido pelos EUA
para o Brasil e para outros países da América Latina para colocar em prática a
estratégia política da boa vizinhança. Como afirma Klockner, “nos
primeiros anos, destacou notícias referentes ao estilo de vida americano, o
conhecido american way of life, após
o fim da Segunda Guerra Mundial, foram veiculados informações sobre o Brasil”.
O Repórter Esso trouxe um jeito
novo de fazer radiojornalismo. Antes, os radiojornais eram conhecidos como
jornal falado, pois eles simplesmente liam as notícias do jornal impresso, sem
dar nenhum tratamento especial às notícias, gerando uma grande oportunidade de
cometer diversas gafes ao vivo.
Com o surgimento do Repórter Esso
e do seu manual de redação, as notícias passaram a ser adaptadas para a
linguagem do rádio, sendo mais concisas, objetivas e com uma interpretação
especial na locução. O programa também é lembrado pela sua pontualidade e pelo
tempo de duração determinado em cinco minutos.
Os locutores do Repórter Esso
eram exclusivos. Entre as vozes marcantes dos “speakers”, como eram conhecidos
os apresentadores, se destacou a de Heron Domingues, da Rádio Nacional
(RJ), Aloísio Campos, da Rádio Inconfidência (MG), e Lauro Hagemann,
da Rádio Farroupilha (RS).
O Repórter Esso foi veiculado
durante a Era de Ouro do Rádio e deixou sua marca registrada na história. O
radiojornal teve sua última transmissão no dia 31 de dezembro de 1968. Já na
TV, a última transmissão aconteceu no dia 31 de dezembro de 1970.