Para finalizar a trilogia do JO (Jornal do Ônibus) do primeiro
semestre de 2011, eu escolhi uma matéria para a editoria SERVIÇO.
Moradora de pensionato desde
fevereiro de 2009, – ou seja, quando comecei a faculdade – eu resolvi explicar
como funciona um pensionato estudantil e desmistificar aquele conceito de lugar
rígido e cheio de regras.
No primeiro ano de faculdade,
minha amiga Larissa Costa, perguntou – um pouco espantada: “Você mora num
pensionato? Mas como é lá?”. Muitas pessoas imaginam que um pensionato
estudantil é um local severo, com hora de sair e hora para chegar, como se
fosse uma espécie de internato.
Mas, os pensionatos estudantis
atuais eles funcionam como um hotel, você tem algumas refeições diárias, roupas
lavadas e passadas, internet e quarto limpo, mas com uma diferença: o preço é
mais acessível.
Esses estabelecimentos são muito
interessantes para pessoas como eu, que chega a uma cidade sem conhecer nada,
sem tempo para se dedicar às tarefas domésticas – pois passa o dia todo fora,
estudando e trabalhando – e por se encaixar no orçamento dos estudantes, que,
aliás, foi definido muito bem em um comercial de um banco: “estudante é tudo
duro, rapaz!”.
Já deu para notar que não foi
difícil conseguir fontes – entrevistados – para essa reportagem. Mas, essa
matéria me deu certo trabalho: contar a história como uma repórter e não como
uma moradora de pensionato. Acredito que consegui ser imparcial, mesmo estando
tão envolvida com o assunto. Mas quero saber de você: Eu consegui ser objetiva,
sem deixar-me envolver com a reportagem? Confira a matéria logo abaixo e deixe
o seu comentário.
Página 4 do Jornal do Ônibus - Texto e foto: Bruna Zanuto - Diagramação: Bruna Zanuto e Larissa Costa |
Caso a imagem não dê boa leitura, segue abaixo a reportagem na íntegra.
PENSIONATOS SÃO OPÇÕES DE MORADIA EM RP
Início da faculdade, procura de emprego, cursos de curta duração são
alguns dos motivos que levam pessoas a procurar os pensionatos de Ribeirão
Preto
Pensionatos ou pensões estudantis
são uma das opções de moradia que Ribeirão Preto-SP oferece para os estudantes
ou trabalhadores que vêm de cidades distantes e não têm tempo de realizar
tarefas domésticas. Alimentação, roupa lavada, quartos mobiliados e limpos e
internet wifi são alguns dos serviços oferecidos por esses estabelecimentos.
De acordo com a necessidade do pensionista, os valores também variam -
quartos individuais são mais caros do que os quartos divididos entre dois
pensionistas.
Muitas pessoas confundem os
pensionatos estudantis com os pensionatos de freiras ou seminaristas. Cada
pessoa que procura um pensionato estudantil tem um objetivo de vida, portanto
os horários dessas pessoas são flexíveis e diferentes dos pensionatos de
freiras em que todos estão ali com um objetivo único, horários controlados e
regras mais rígidas. As pensões estudantis também possuem suas regras, mas
estas são relacionadas à organização e à boa convivência.
Os valores pagos pelos
pensionistas variam, pois em um quarto dividido entre duas pessoas o aluguel
mensal é de R$ 600, em média. Já o preço pago pelos quartos individuais gira em
torno de R$ 850. A dona de um pensionato feminino localizado no
bairro Nova Ribeirânia, Angela Aparecida Viera, 48 anos, trabalha nesse ramo
há 12, explica que anualmente passam pelo estabelecimento, entre diaristas e
mensalistas, de 10 a 12 meninas. Ela conta que já recebeu pessoas de
todos os estados brasileiros, inclusive do exterior. “Já recebi moças da
Angola, Argentina, França, Itália e EUA”. A estudante de Educação Física,
Lisiane Destro, 18 anos, é original de Mococa-SP e explica por que optou por
morar em pensionato há três meses. “Eu queria amizades novas, num ambiente desconhecido,
sem me preocupar com a alimentação e tarefas domésticas”.
A administradora, Maiara Aita, 22
anos, de Santo Augusto-RS veio para Ribeirão Preto em busca de emprego. Ela
encontrou o pensionato através de sites de busca na internet e ressalta o
maior benefício na pensão onde mora. “Você nunca fica sozinho, tem sempre alguém
para conversar. Essas pessoas acabam sendo sua segunda família”. Já a
estudante de Engenharia de Computação, Letícia Sufredini, 17 anos, veio de
Tabatinga-SP e aponta qual a maior dificuldade de morar em pensionato:
“adaptação e convivência com pessoas que você não conhecia”. A mãe de Letícia,
Maria Solange Sufredini, aposentada, resume em uma palavra os benefícios que
sua filha tem no pensionato onde mora: “comodidade”.
Morar em pensionato tem muitas
vantagens, mas há algumas dificuldades como explica a enfermeira Janaina Carvalho,
27 anos, de Mortugaba-BA. “Morar em pensionato é legal, mas você não se sente
em sua casa, além das diferenças existentes entre as pessoas que ali moram”.
Janaina morou em uma pensão em setembro do ano passado para fazer um curso de
inglês intensivo. Ela saiu da pensão onde morava, para ficar mais próxima da
universidade em que conseguiu uma bolsa de mestrado.
A estudante de Publicidade e
Propaganda, Elis Rother, 20 anos, é de Monte Alto-SP e acredita que é viável
economicamente morar em pensionato, mas aponta a diferença de hábito entre as
hóspedes. “Algumas coisas são novas e nos causam espanto, enquanto outras
podem nos ensinar algo novo”.
Existem vários pensionatos
femininos, masculinos e mistos em Ribeirão Preto, localizados perto das
universidades. Há muita concorrência entre eles, principalmente nas altas
temporadas - início e meio de ano – período em que começam as aulas. Para mais
informações, basta acessar as ferramentas de busca da internet e procurar por
‘Pensionatos Ribeirão Preto’.